Bom dia leitores.
Fazendo um passeio virtual nos sites que costumo frequentar me deparei com um excelente artigo escrito por um dos caras mais respeitados do Brasil quando se trata de finanças, estou falando de Gustavo Cerbasi.
Abaixo está parte do artigo mencionado:
Mudar hábitos é um desafio, mas torna-se uma tarefa mais fácil quando somos estimulados pelo ambiente que nos rodeia. É desse estímulo que a classe média brasileira carece, quando o assunto é colocar as contas da família em ordem. A educação financeira, que antes faltava, já está presente nos jornais, em cartilhas de bancos e nas escolas de nossos filhos. Hoje, brasileiros estão conscientes dos erros que cometem ao comprar por impulso, ao sucumbir à sedução dos financiamentos e ao usar o caro limite do cheque especial. Querem mudar, mas não encontram estímulo para isso.
Diz o dito popular que, quando achamos que todos à nossa volta estão errados, é porque provavelmente os errados sejamos nós mesmos. Então, como abandonar o mau hábito das dívidas, quando, segundo a Fecomércio de São Paulo, 62,5% dos brasileiros estão endividados? Como ter peso na consciência ao usar o cheque especial quando, em uma roda de chope, brinda-se a chegada do fim do mês e a entrada no vermelho, como se fosse um simples fato da vida?
Nos assuntos do dinheiro, maus hábitos estão mais do que disseminados, cegando-nos para a necessidade de mudança. Veja se algum desses comportamentos, bizarros do ponto de vista das finanças, não faz parte de sua vida:
- entrar no vermelho e ter no armário ou na dispensa produtos adquiridos e não usados;
- pesquisar pelos financiamentos mais baratos mas, por causa deles, entrar no cheque especial com frequência;
- comprar títulos de capitalização como se fossem investimento;
- comprar uma cota em consórcio como se estivesse investindo;
- acreditar na loteria como a solução para seus problemas;
- contratar um seguro para melhorar o relacionamento com o banco, e não para proteger a família;
- contratar seguro de automóvel com cobertura mínima contra terceiros;
- emprestar o nome para parentes conseguirem crédito;
- assumir prestações sem ter a certeza de que haverá salário para pagá-las.
São apenas alguns exemplos de práticas enraizadas na rotina das famílias brasileiras, que pesam no bolso da maioria e tornam inviáveis o consumo de lazer ou o planejamento da aposentadoria.
Para mudar esses hábitos, é preciso mais do que boa vontade. É preciso reconhecer que a maioria erra, e que ao tentarmos mudar seremos bombardeados por estímulos contrários a nossas intenções. Como sair do vermelho com uma balada a menos no fim do mês, se seus amigos estarão todos na balada e, pior, também no vermelho? Melhor chorar junto do que sofrer mais – ao menos por algum tempo – para acabar com o problema?
O caminho é, como sempre enfatizo nesta coluna quinzenal, conversar mais sobre dinheiro. Se você tem um desafio a enfrentar e sabe que esse desafio pode ser também encarado por uma pessoa próxima, será mais fácil, para ambos, enfrentá-lo em grupo. É nesse sentido que o debate sobre educação financeira constrói novas realidades em escolas, igrejas, condomínios e ambientes de trabalho. Mais do que disseminar a informação, o objetivo deve ser o de estimular transformações coletivas.
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