Mantega fala sobre juros, inflação, crescimento e “alquimia fiscal” - Entrevistei esta semana o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no meu programa na Globonews. Quando perguntei sobre a taxa de juros, ele disse que o BC, se necessário, pode subi-la, “claro”, que ela é “variável, não estática”. Que o BC, portanto, não está “amarrrado”. Lembrou também que o começo do governo Dilma foi de elevação da Selic e corte de gastos para combater a inflação.
Ele acha que 2013 será ano de crescimento em alta e inflação em baixa. Mantega rejeitou a expressão “alquimia fiscal” - a manobra para fechar as contas públicas que foi muito criticada. Ele disse que o ministério fez o que é permitido por lei, não tem irregularidade.
Tombini e a inflação – O presidente do BC, Alexandre Tombini, demostrou esta semana mais preocupação com a inflação. Em audiência no Senado, afirmou que ela tem mostrado resistência. Também indicou que tudo será usado para reduzir o IPCA. Mais um aviso sobre a possibilidade de alta dos juros.
Indústria cai forte – Os dados da produção industrial de fevereiro desanimaram. Depois da alta de 2,6% em janeiro, houve queda de 2,5%, puxada, principalmente, pelo setor de veículos. Do ponto de vista geográfico, foi generalizada: em 11 dos 14 locais pesquisados a produção encolheu. A boa notícia é que a produção de máquinas e equipamentos, que indica investimento, aumentou 1,6%.
Mais desonerações – Mais 14 setores serão beneficiados pela desoneração da folha de pagamento. A medida está prevista numa MP (Medida Provisória) publicada hoje no DO. Na conversa com Guido Mantega, ele me disse que as desonerações não são para combater a inflação, mas para reduzir a carga tributária. Algumas delas serão temporárias, como a dos carros, mas outras (da folha e da cesta básica) vieram para ficar.
Lei das domésticas – Alguns direitos aprovados já começaram a valer esta semana, como jornada de 44 horas semanais e hora extra. Outros ainda precisam de regulamentação, como FGTS, seguro-desemprego e adicional noturno. Essa nova lei abre uma oportunidade de mudanças em várias áreas. Com ela, o Brasil será mais moderno. Dar os mesmos direitos a todos os trabalhadores é progresso.
Aumento dos remédios – O governo autorizou na quinta-feira o reajuste de até 6,3% no preço dos remédios.
Mais estatais – Foi divulgado que a presidente Dilma prepara a criação de mais uma estatal, a Hidrobrás, a quinta criada durante o seu governo.
Balança comercial – Em março, teve o pior resultado em 12 anos: o saldo positivo foi de US$ 164 milhões. No primeiro trimestre, o déficit é de US$ 5,150 bi. Os especialistas acham que isso será revertido ao longo do ano e que o Brasil terá superávit comercial em 2013, ainda que não alto.
EUA - A taxa de desemprego caiu de 7,7% para 7,6% em março. Mais americanos deixaram de procurar emprego.
Japão reage – O governo anunciou uma mega injeção de US$ 1,4 tri na economia em dois anos. O objetivo é combater a deflação e a estagnação. O estímulo será feito assim: o BC do Japão comprará títulos públicos para aumentar o dinheiro em circulação.
By, Mirian Leitão
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